terça-feira, 7 de setembro de 2010

IGREJA BATISTA DE ITAMARACA (1915)


IGREJA BATISTA DE ITAMARACÁ
1916
A Igreja Batista de Itamaracá tem origem na conversão de seis moradores da Ilha pela pregação de um pintor, membro da Igreja Congregacional, que morou durante algum tempo ali e pregou o Evangelho, levando estes à conversão. Embora não fosse pastor batizou os convertidos mas estes, após ler o Novo Testamento, tiveram dúvida sobre a validade do batismo e entraram em contato com a missão batista, que enviou o pastor Eloy Correa de Oliveira, da Igreja Batista de Goiana, que os batizou em 15 de outubro de 1915, formando uma congregação em Itamaracá em outubro de 1915.
Após pertinaz perseguição, os missionários Johnson, Muirhead e Taylor se dirigiram à Ilha de Itamaracá, onde passaram três dias pregando e doutrinando os convertidos, batizando três no segundo dia, na Praia do Pilar, e organizando a Igreja, em 15 de julho de 1916, com nove membros, em Concilio composto dos missionários William Carey Taylor, Leslie Leônidas Johnson e Harold Harvey Muirhead . O inicio do trabalho batista na Ilha de Itamaracá foi iniciado pelos missionários Taylor, Muirhead e Johnson.
Os primórdios do Evangelho em Itamaracá: a ocupação holandesa.
A ocupação holandesa do nordeste do Brasil (1630 a 1654), com a adminis-tração na cidade do Recife, possibilitou à Igreja Reformada Holandesa estabelecer vinte e duas comunidades religiosas, com as primeiras estabelecidas no Recife, em Santo Antonio do Cabo (hoje Cabo), no Cabo de Santo Agostinho (hoje Porto de Suape) e em Itamaracá (Ilha). A liberdade religiosa, instituída por João Mauricio de Nassau (1637-1650), possibilitou a prática da religião livre por todos. Os protes-tantes davam exemplo de tolerância a católicos e a judeus e o culto protestante se disseminou por todo o Estado e nos Estados vizinhos, sendo usadas no Recife as igrejas católicas para o culto protestante (Igreja do Corpo Santo e do Convento de São Francisco) e construída a Igreja dos Franceses, no local onde está edificada a Igreja do Divino Espírito Santo. Os pastores holandeses se dedicaram com a catequese dos índios e de colonos portugueses. Em 1637 vários ministros religiosos oriundos da Holanda, instruídos, pregavam em vários lugares: Soller e Polhemius em Olinda, Poellius em Itamaracá, Ratheriarius na Paraíba, Stetenius no Cabo de Santo Agostinho, e Eduardi em Serinhaem .
A origem da Igreja Batista de Itamaracá (1915)
A pregação e o batismo. A Igreja Batista de Itamaracá tem origem na pregação de um membro da Igreja Congregacional que morou por algum tempo na Ilha de Itamaracá, provavelmente em 1914 e falou do Evangelho de Cristo a ilhéus e, havendo eles se convertido, resolveu batizá-los:
O fervor dos cristãos brasileiros em levar o Evangelho a seus amigos e conhecidos é uma fonte de constante encorajamento para os missionários. Alguns anos atrás, um pintor cristão, membro da Igreja Congregacional, foi para a ilha de Itamaracá, no litoral de Pernambuco. Enquanto pintava, ele estava pregando o evangelho ocupado. Ele logo ganhou várias pessoas para Cristo e, embora fosse apenas um leigo, ele batizou seus convertidos segundo o modo que descrevia o Novo Testamento. No entanto, estes novos convertidos começaram a ler seu Novo Testamento e não demorou muito até que fiarem perturbado como nunca, com a a questão do batismo. Souberam que havia pessoas na capital que batizavam como estava escrito em suas Bíblias e mandaram chamar no Recife um pastor batista .
Mais tarde entraram em contato com a missão batista, que enviou o pastor Eloy Correia de Oliveira, da IB Goiana, que os batizou, sendo iniciada uma congregação, iniciada na Ilha de Itamaracá, em outubro de 1915, dirigida pelo pastor Eloy Correia de Oliveira, da IB Goiana e Lajedo, que batizou os primeiros seis membros da congregação.
Ao receber instruções dele, os seis homens foram batizados como Jesus foi batizado. Logo depois um destes caiu doente. O padre foi visitá-lo e tentou convencê-lo a confessar a ele. O homem doente recusou, dizendo que ele é mau já confessou a Cristo e sentiu seus pecados foram perdoados. Quando o homem morreu poucos dias mais tarde, o padre deu ordens estritas para que o herege não era para ser enterrado no cemitério. Este foi contrário à lei, pela Constituição do Brasil os cemitérios foram secularizadas. O oficial de polícia local obrigou o sacerdote a permitir o enterro no cemitério. O padre, por vingança, conseguiu a demissão do policial. Ele também ordenou os crentes a irem imediatamente embora da ilha da ilha. Os pequenos proprietários relutaram em abandonar suas pequenas propriedade e suas casas na ilha. Resolveram que um deles deveria ir ao Recife, distante de vinte milhas (quarenta quilometros), chegando na missão onde pediu que os missionários os visitassem e verificassem o que poderia ser feito.
Os missionários Muirhead, Taylor e Johnson acertaram no dia seguinte para Itamaracá e convidaram o irmão para permanecer com eles naquela noite e ir no automóvel Ford no dia seguinte até o canal que separa a ilha do continente. Mas ele recusou, dizendo que devia voltar rápido e se preparar para a recepção dos missionários, mesmo que para isso caminhasse as vinte milhas naquela noite.
No dia seguinte, os missionários foram a pé Itamaracá, no automóvel Ford, até o canal de Santa Cruz e cruzaram este e caminharam as últimas quatro milhas (oito quilômetros). Chegaram na aldeia no meio do bosque coco cerca às oito horas da noite e ficaram surpresos por encontrar a casa e o quintal cheio de pessoas aguardando a sua vinda.
O culto foi realizado naquela noite em que recebeu especial atenção, embora alguns dos emissários do padre tenham jogado algumas pedras na casa. No dia seguinte, a igreja foi organizada com seis membros batizados anteriormente e mais três foram recebidos por profissão de fé. A grande surpresa missionário Johnson foi ser escolhido como pastor da igreja nova. Ele tinha chegado ao país apenas oito meses e mal sabia o suficiente Português recusar, então aceitou. Naquela tarde, quando a hora chegou para o batismo, uma grande multidão de homens e rapazes reunidos, todos carregando vara curta em suas mãos. O batismo foi celebrado nas águas do grande Oceano Atlântico.
Uma pequena cerimônia foi realizada à beira mar. Harvey H. Muirhead explicou o ato e, algumas músicas foram cantadas e orações oferecidas, no fim dos quais os missionários ficaram muito aliviados ao notar que as varas tinham caído ao chão. Entre os batizados naquele dia estava Manoel Dias. Sua esposa era inimiga ferrenha do evangelho e disse que se ele fosse batizado, ela o deixasse. Ele persistiu em seguir o Senhor, mas quando voltou para casa depois de seu batismo, não encontrar a esposa nem os filhos. Ela tinha voltado para a casa de seu pai com as crianças e se recusou a voltar até que ele abandonasse sua fé, mas ele se recusou a faze-lo. Ele esperou cerca de dois anos, longe da esposa e dois filhos, até que ela se convenceu de que a fé de seu marido era uma parte integrante da sua vida e se converteu também .
nários norte-americanos William Carey Taylor, Harvey Harold Muirhead e Leslie Leonidas Johnson, o primeiro e o último recém chegados do Estados Unidos, sendo o primeiro membro da Igreja Batista do Cordeiro e o ultimo da PIB do Recife.
O missionário Johnson, como lemos, foi eleito pastor da nova Igreja e ali pregou seus primeiros sermões em português, exercitando-se para o serviço missionário no Agreste e no Sertão, onde foi servir mais tarde (Garanhuns, Serra Talhada, Cabrobó e Petrolina).
O missionário Johnson, nos primeiros meses de pastorado, tomou o seminarista Abilio Gomes, da IB Cordeiro, como seu auxiliar e, em 1918, levou a Igreja a pedir sua consagração ao ministério pastoral à Igreja Batista do Cordeiro (IBCOR), de onde era membro, sendo o fato gravado em ata da IBCOR:
(...) Tércio d´Oliveira e Abílio Gomes foram os primeiros membros da IBCOR ao Seminário Batista em 1915. (...) concluíram seus cursos em 1917, sendo o primeiro consagrado ao Ministério da Palavra em 19 de Junho de 1918, para servir à Igreja Batista do Rio Largo (AL), e o segundo em 30 de Agosto de 1918, para servir à Igreja do Pilar em Itamaracá (PE) .
O pastor Abílio Gomes dirigiu a IB Itamaracá até 1925, quando mudou de campo, sendo sucedido pelos missionários Leslie Leonidas Johnson e Evereth Wilcox, que dirigiram a igreja, entre 1925 e 1938, acumulando o pastorado com outros na região, como Lagedo e Goiana. O missionário Evereth Wilcox, recordando (1936) uma viagem de fim de semana à IB Itamaracá, escreveu:
Eu retornei minha viagem de fim de semana em Itamaracá. O local é uma ilha onde temos uma pequena Igreja com dezesseis membros. Eu viajei primeiro de ônibus pelo istmo de terra da ilha, depois caminhei por uma pequena nesga de terra, onde embarquei numa canoa onde a água tem a profundidade da altura de um homem. Quando a maré está baixa, você pode tirar os sapatos e caminhar na areia ou no chão duro. Eu perdi o ônibus da ilha e tive que andar cerca de seis milhas (oito quilo-metros). Na última milha a areia é fofa e profunda. Quando cheguei lá minha roupa estava tão molhada como se estivesse vindo na água. No domingo tivemos uma pequena multidão na Igreja, embora muitos membros estivessem doentes. À noite tivemos uma grande multidão que demonstrou muito interesse. Esperamos ver muitos salvos este ano e a dívida da Igreja paga.
O veterano pastor Joaquim de Holanda Cavalcanti (conhecido com pastor Quincas), nos últimos anos do seu ministério, pastoreou a Igreja Batista de Itamaracá (1938-1939), sucedendo ao missionário Evereth Wilcox. Quando se aposentou, o pastor Joaquim Cavalcanti foi sucedido pelo pastor Apolônio Falcão, missionário do campo estadual.
A IB Itamaracá se fez representar na organização da Convenção Batista Evangelizadora de Pernambuco (1940), por seu pastor Apolonio Falcão (O Evangelizador nº 13, Outubro-Novembro de 1965, p 1-2, 4-5 6)..
O pastor Apolonio Falcão (1941-1948) serviu no pastorado da Igreja por cerca de oito anos. (Atas e Estatistica da CBEPE 1941 a 1947). Após sua saída o pastor Antonio Marques Lisboa Dorta (PIB Torre) assumiu o pastorado da IB Itamaracá (1948-1954), de forma interina, mas demorada.
O pastorado Antonio Dorta na IB Itamaracá foi auspicioso e, apoiado pela PIB Torre, dinamizou as atividades da Igreja e a levou a construir o novo templo, inaugurado em 1º de janeiro de 1951, com a presença do missionário Joseph Underwood, Secretário Executivo da CBEPE:
IGREJA BATISTA DE ITAMARACÁ INAUGURA NOVO TEMPLO. A IB de Itamaracá consagrou ao serviço do Senhor o novo templo, no dia 1º de Janeiro de 1951. Este é um dos marcos do ministério do pastor Antonio Dorta naquela igreja, entre os batistas da ilha. O presidente da Convenção Evangelizadora, pastor Livio Lindoso, cortou a fita de inauguração, sendo a oração consagratória dirigida pelo pastor Joseph B. Underwood. No mesmo dia o pastor Elias Ramalho foi eleito co-pastor da Igreja .
O pastor Elias Ramalho, missionário da Convenção Evangelizadora, pastoreou a IB Itamaracá durante dois anos (1954-1955), sendo sucedido pelo pastor Jose da Silva, que fixou residência em Itapissuma e assumiu o pastorado no ano seguinte (1956), apoiado pela Convenção, passando a pastorear, além de Itamaracá, a Igreja Batista de Itapissuma .
O pastor João Rodrigues de Freitas exerceu o ministério pastoral da IB Itamacará (1964-1970), embora não existam muitos registros do período.
O pastor Luiz Sylvio de Freitas assumiu o pastorado da IB Itamaracá em outubro de 1981, nele permanecendo durante dez anos (1981-1991), até quando se transferiu para o Estado de São Paulo.
A IB Itamacará foi pastoreada por Leslie Leônidas Johnson (1916); David Luke Hamilton (1917 -1921); João Norberto da Silva (1922-1925); Leslie Leônidas Johnson (1926-31), Evereth Wilcox (1932-1938), Joaquim de Holanda Cavalcanti (1938 – 1939); Apolonio Falcão (1940-1947); Antonio Marques (1947-1951); Elias Pereira Ramalho (1951-1955); José da Silva (1956-1961); Jesse da Silva (1962-193); João Rodrigues de Freitas (1964-1970); Luiz Sylvio de Freitas (outubro 1981-novembro 1991); Adamastor Silva (maio 1992-junho 1993); Josias Vieira Junior (julho 1993-junho 1996); Inaldo Odorico Pestana (maio 1997-abril 2007); Marcelo da Silva Oliveira (setembro 2005 a junho 2010).
Francisco Bonato Pereira da Silva, pastor
Pesquisador de História dos Batistas
Membro do IAHGP - Instituto Arqueológico,
Histórico e Geografico Pernambucano

Referência:
CONVENÇÃO BATISTA EVANGELIZADORA DE PERNAMBUCO. Atas e Relatórios da Assembléia da CBEPE, 1957
MESQUITA, Antonio Neves. HISTÓRIA DOS BATISTAS EM PERNAMBUCO, Recife, Tipografia do CAB
WHITE, Maxcy Grego e MUIRHEAD, Harvey Harold. NA TERRA DO CRUZEIRO DO SUL. Educacional Department. Foreign Mission Board. Richmond, Virginia (USA), 1929.
WILCOX, Evereth George. Relatório de atividades. (Dickson Papers no site http://www.dicksonministry.com Acesso em 01.06.2010)

2 comentários:

  1. esse pastor FRANCISCO BONATO É MAÇOM! COMO PODE SER PASTOR??

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    1. VOCÊ TEM A LINGUÁ FERINA E A IGNORÂNCIA COMO PODE SER CRISTÃO?

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